Carta do Atlântico
A Carta do
Atlântico, primeiro documento relevante
que precedeu a Organização das Nações
Unidas, resultou do encontro do Presidente dos
EUA, Franklin D. Roosevelt, com o Primeiro Ministro
britânico, Winston Churchill, em agosto
de 1941, no contexto das difíceis relações
que permeavam a Segunda Guerra Mundial. Foi aprovada
pelos estadistas em 14 de agosto de 1941, e curiosamente
não foi assinada por nenhum dos dois (foi,
no entanto, enviada por telégrafo à
aprovação de seus respectivos governos).O
Brasil aderiu aos seus princípios em 6
de fevereiro de 1943, e formalmente em 9 de abril
do mesmo ano.
DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS, FEITA PELO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E O PRIMEIRO MINISTRO DO REINO UNIDO, A 14 DE AGOSTO DE 1941, E RECONHECIDA POR CARTA DO ATLÂNTICO.
"Declaração conjunta do Presidente dos Estados Unidos da América, Sr. Roosevelt, e Primeiro Ministro, Senhor Churchill, representando o Governo de Sua Majestade do Reino Unido, os quais tendo se reunido, julgaram conveniente tornar conhecidos certos princípios comuns da política nacional dos seus respectivos países, nos quais se baseiam as suas esperanças de conseguir um porvir mais auspicioso para o mundo.
Primeiro - Os seus respectivos países não procuram nenhum engrandecimento, nem territorial, nem de outra natureza.
Segundo - Não desejam que se realizem modificações territoriais que não estejam de acordo com os desejos livremente expostos pelos povos atingidos.
Terceiro - Respeitam o direito que assiste a todos os povos de escolherem a forma de governo sob a qual querem viver; e desejam que se restituam os direitos soberanos e a independência aos povos que deles foram despojados pela força.
Quarto - Com o devido às suas obrigações já existentes, se empenharão para que todos os estados, grandes ou pequenos, vitoriosos ou vencidos, tenham acesso em igualdade de condições ao comércio e às matérias primas do mundo, de que precisem para a sua prosperidade econômica.
Quinto - Desejam promover, no campo da economia, a mais ampla colaboração entre todas as nações, com o fim de conseguir, para todos, melhores condições de trabalho, prosperidade econômica e segurança social.
Sexto - Depois da destruição completa da tirania nazista, esperam que se estabeleça uma paz que proporcione a todas as nações os meios de viver em segurança dentro de suas próprias fronteiras, e aos homens em todas as terras a garantia de existências livres de temor e de privações.
Sétimo - Essa paz deverá permitir a todos os homens cruzar livremente os mares e oceanos.
Oitavo - Acreditam
que todas as nações do mundo, por
motivos realistas assim como espirituais, deverão
abandonar todo o emprego da força. Em razão
de ser impossível qualquer paz futura permanente,
enquanto nações que ameaçam
de agressão fora de suas fronteiras - ou
podem ameaçar, - dispõem de armamentos
de terra, mar e ar, acreditam que é impossível
que se desarmem tais nações, até
que se estabeleça um sistema mais amplo
e duradouro de segurança geral. Eles igualmente
prestarão todo auxílio e apoio a
medidas práticas, tendente a aliviar o
peso esmagador dos armamentos sobre povos pacíficos."