ESTANTE VIRTUAL

Noruega no Topo, Níger no Fundo do Índice de Desenvolvimento Humano
de 2005. O 15.º Índice anual do Desenvolvimento Humano do PNUD revela um declínio nos padrões de vida em grande parte da África Subsariana e na área da antiga União Soviética, desde primeiro e pioneiro Índice de 1990.


Fonte: http://www.undp.org

Nações Unidas, 7 de Setembro de 2005—O novo Índice do Desenvolvimento Humano do PNUD revela que 18 dos países mais pobres, com uma população total de 460 milhões de pessoas, estão pior na maioria dos indicadores chave de desenvolvimento humano do que estavam em 1990.

O Índice de 177 países, hoje publicado no Relatório do Desenvolvimento Humano 2005, mostra
que sob as tendências actuais, estes países têm poucas possibilidades de alcançar os Objectivos
de Desenvolvimento do Milénio, como observa Kevin Watkins, Director do Gabinete do Relatório
do Desenvolvimento Humano.

“O Índice mostra clara e friamente, porque os números são assim, que muitos países não só estão a fracassar no caminho que conduz ao progresso como estão mesmo a abrandar o seu percurso. E assim continuarão, num percurso descendente, se a comunidade internacional não lhes colocar um travão, ajudando-os com mais recursos e novas políticas”—afirmou Watkins. “Os líderes mundiais que aqui
se reunião, na Sede na ONU, na próxima semana, devem ter estes dados presentes porque são eles que têm o poder para reverter estas tendências, verdadeiramente perturbadoras”.

Doze dos 18 países pertencem à África Subsariana—o que significa que uma em cada três pessoas da África Subsariana vive num país cujo IDH é agora inferior ao que era em 1990. A África do Sul caiu
35 lugares na tabela do IDH desde 1990, e o Botswana 21—quedas abruptas, precipitadas especialmente pela pandemia do HIV/SIDA.

Os outros seis países que sofreram retrocessos desde 1990 pertencem à Comunidade de Estados Independentes (CEI), que sucedeu a União Soviética.

Desde 1990, o Tajiquistão caiu 21 lugares nas tabelas do IDH, a Ucrânia 17, e a Federação Russa 15.
O Relatório demonstra que os principais factores para que tal se verifique são o declínio da esperança de vida, combinado com a ruptura económica após a queda da União Soviética. O Índice demonstra ainda que alguns dos países da CEI registam melhorias nos seus níveis de IDH desde 1995, após o
pior período do conflito e da deslocalização económica que acompanhou o colapso Soviético.

Em termos globais, a Noruega está no topo do Índice, enquanto o Níger está em último lugar.

Os dados do IDH demonstram que, na generalidade, as tendências globais são positivas, tendo sido registado um progresso substancial na maior parte das regiões do mundo em desenvolvimento, desde
o lançamento do primeiro relatório em 1990. O Índice de 2005 mostra que, desde então, o Bangladeche, a China e o Uganda melhoraram as suas posições em cerca de 20%.

O Relatório cita várias situações de sucesso no que se refere ao desenvolvimento humano, tais como
a do Vietname, que reduziu para metade a privação de rendimento, de 60% em 1990 para 32% em 2000, e reduziu as taxas de mortalidade de crianças de 58 para 42 em cada 1000 nados-vivos, durante
o mesmo período. O Bangladeche comprovou que é possível, até para os países mais pobres do mundo, acelerar o desenvolvimento humano, conquistando pontos na educação, no rendimento e na esperança de vida.

Alguns países foram bem mais aptos do que outros em converter riqueza em progresso de IDH, segundo o Relatório—a Arábia Saudita tem um rendimento médio de longe mais elevado que o da Tailândia, mas um IDH semelhante (77 e 73, respectivamente). A Guatemala tem quase o dobro do rendimento médio do Vietname, mas está abaixo em termos de IDH (117 vs. 108).

Por fim, o Relatório assinala que o risco de conflito pode estar relacionado com um baixo posicionamento no IDH. Por exemplo, os países com um rendimento per capita de 600 dólares
têm metade da probabilidade de viver uma guerra civil, do que países com um nível de rendimento
per capita de 250 dólares. Alguns países devastados pela guerra, como o Afeganistão, o Iraque
e a Libéria, não estão de todo incluídos nas tabelas do Índice, devido à falta de dados estatísticas recentes fiáveis sobre indicadores
chave do desenvolvimento humano.

· “O conflito violento é um dos caminhos mais seguros e mais rápidos para o fundo da tabela do IDH”—escrevem os autores
do Relatório,—“e um dos mais fortes indicadores para se manter no fundo durante muito tempo”. Dos 32 países da secção
de desenvolvimento humano baixo do quadro do IDH, 22 viveram situações de conflito em algum momento, desde 1990.

* * * *

SOBRE ESTE RELATÓRIO: Todos os anos, desde 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
tem encomendado o Relatório do Desenvolvimento Humano a uma equipa constituída por especialistas independentes, tendo por objectivo analisar questões fundamentais, de interesse global. À escala mundial, uma rede de pessoas de destaque a nível académico, governamental e da sociedade civil colabora fornecendo dados, ideias e sugestões quanto à melhor prática a seguir em apoio à análise
e às propostas publicadas no Relatório. O conceito de Desenvolvimento Humano não se limita a ter em consideração o rendimento
per capita, o desenvolvimento dos recursos humanos e as necessidades básicas como medidas de avaliação do progresso humano, pois também avalia factores como a liberdade humana, a dignidade e a intervenção humana, isto é, o papel das pessoas no desenvolvimento. O Relatório do Desenvolvimento Humano 2005 defende que o desenvolvimento é, em última análise, «um processo de alargamento
das opções das pessoas» e não apenas uma questão de aumento dos rendimentos nacionais.
O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2005 é publicado em inglês pela Oxford University Press. A versão portuguesa é editada por: ANA PAULA FARIA EDITORA, Unipessoal, Lda. – Rua Conselheiro Arantes Pedroso, 6 - 3º Esq./Dtº., 1150-112 Lisboa.
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ACERCA DO PNUD: O PNUD é a rede mundial das Nações Unidas para o desenvolvimento, defendendo a mudança e ligando os países ao conhecimento, experiência e recursos, a fim de ajudar as pessoas a construírem uma vida melhor. Estamos no terreno em 166 países, trabalhando com eles em soluções próprias para os desafios do desenvolvimento nacional e mundial. Ao desenvolverem a capacidade local, recorrem aos funcionários do PNUD e ao nosso vasto círculo de parceiros. Para informação suplementar, consultar


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