ESTANTE VIRTUAL

SOBRE O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO 2005

Fonte : http://hdr.undp.org


O Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é um índice composto que mede as realizações
médias de um país em três dimensões básicas do desenvolvimento humano:uma vida longa
e saudável,medida pela esperança de vida à nascença;conhecimento,medido pela taxa
de alfabetização de adultos e pela taxa de escolarização bruta combinada dos ensinos primário,
secundário e superior;e um padrão de vida digno, medido pelo PIB per capita em dólares PPC
(paridade do poder de compra).O índice é construído utilizando indicadores que estão corrente-
mente disponíveis a nível mundial e uma metodo logia simples e transparente .
Embora o conceito de desenvolvimento humano seja muito mais amplo do que pode ser
medido por qualquer índice composto,no entanto,o IDH oferece uma alternativa poderosa ao
rendimento como indicador sumário de bem-estar humano.Fornece um ponto de partida útil para
uma informação rica sobre diferentes aspectos do desenvolvimento humano que está contida nos
quadros de indicadores subsequentes.
Disponibilidade de dados determina a cobertura IDH dos países.
O IDH deste Relatório refere-se a 2003.Cobre 175 países membros da ONU,e ainda Hong
Kong,China (RAE)e os Territórios Ocupados da Palestina.Devido à falta de dados comparáveis,
não foi possível incluir 16 países membros da ONU no cálculo do IDH.Para esses países,os
indicadores básicos do desenvolvimento humano são apresentados no quadro 33.
Para permitir comparações transversais entre países,o IDH é,na medida do possível,calculado
com base em dados das principais agências inter nacionais que estão disponíveis quando o Relatório
é preparado .Contudo,em relação a vários países,faltam dados dessas agências internacionais
relativamente um ou mais dos quatro componen tes do IDH.
Em resposta ao desejo dos países de serem incluídos no quadro do IDH,e esforçando-se
por incluir o máximo possível de países membros da ONU,o Gabinete do Relatório do
Desenvolvimento Humano desenvolveu esforços no sentido de,em alguns casos,obter uma esti-
mativa de outras fontes internacionais,regionais ou nacionais,nos casos em que faltavam dados
das principais agências internacionais em relação a uma ou duas das componentes do IDH de um país.
Num número muito pequeno de casos,o Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano pro-
duziu uma estimativa.Essas estimativas,a partir de outras fontes que não as principais agências
internacionais,.Muitas vezes, são de qualidade e fiabilidade variáveis e não são apresentadas noutros quadros de indicadores que mostram dados semelhantes.
Fontes de dados primários internacionais

Esperança de vida à nascença

.As estimativas da esperança de vida à nascença são de 2004
Revision of World Population Prospects (UN 2005).Preparadas bianualmente pela Divisão
da População do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas,baseiam
-se em dados essenciais de censos nacionais da população e de inquéritos.
Na 2004 Revision ,a Divisão da População das Nações Unidas incorporou dados que ficaram
disponíveis ao longo do ano de 2004.Para avaliar o impacte das últimas estimativas de prevalência
do HIV preparadas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA foram combinadas
com uma série de hipóteses sobre tendências demográficas e de mortalidade das populações
infectadas e não infectadas,em cada um dos 60 países para os quais o impacte da doença está
formulado explicitamente.
As dinâmicas voláteis das principais doenças infecciosas,como o HIV/SIDA,colocam desafios
sérios às estimativas e projecções da população.A disponibilidade de novas provas empíricas sobre a
epidemia do HIV/SIDA e as tendências demográficas requer,muitas vezes,um ajustamento com
as estimas anteriores.Por exemplo,enquanto a estimativa mais recente de prevalência do HIV/
SIDA é semelhante às estimativas anteriores para a maior parte dos países,ela é bastante inferior para
os Camarões,Costa do Marfim,Etiópia,Quénia, Ruanda,Zâmbia e Zimbabwe,e superior para a
Guiné Equatorial e Senegal.Estas modificações são,principalmente,um resultado da reavaliação
dos dados de entrada e dos métodos de estimação, e menos um reflexo de modificações reais.Do
mesmo modo,uma diminuição significativa nas estimativas da esperança de vida de alguns países
da África Subsariana (como Botswana,Nigéria e São Tomé e Príncipe)e de muitas economias
em transição (como Azerbaijão,Cazaquistão e Federação Russa)são baseadas em dados mais
recentes e mais precisos,que implicam níveis mais elevados de mortalidade do que as estimativas
anteriores.
As estimativas da esperança de vida publicadas pela Divisão da População das Nações Unidas são,
normalmente,médias de cinco anos.Este ano,pela primeira vez,a Divisão da População produziu esti-
mativas e projecções anuais da esperança de vida através de interpolações baseadas nessas médias
de cinco anos.As estimativas para 2002 apresen tadas no quadro 1 e as que estão subjacentes ao
quadro 2 resultam desses dados interpolados (UN 2005c).Para pormenores sobre 2004 Revision
of World Population Prospects (UN 2005h),ver www.un.org/esa/popolation/unpop.htm.
Taxa de alfabetização de adultos.Os dados sobre a taxa de alfabetização de adultos são coligidos
normalmente durante os censos nacionais da população,realizados geralmente em cada 5 ou 10
anos,ou a partir de inquéritos às famílias.
Este relatório utiliza os dados sobre a taxa de alfabetização de adultos da Avaliação de Abril
de 2005 do Instituto de Estatística (UIS)da Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO)(UNESCO Institute for Statistics 2005a),que combina esti-
mativas nacionais directas com estimativas do UIS.
As estimativas nacionais,disponibilizadas através de um trabalho programado da UIS para reunir
os dados recentes dos países sobre alfabetização, foram obtidas de censos ou inquéritos nacionais
entre 2000 e 2004 (com excepção de alguns casos referentes a 1995-99).
As estimativas do UIS,produzidas em Julho de 2002,basearam-se principalmente em dados nacionais
coligidos antes de 1995.Para pormenores sobre estas estimativas da alfabetização,ver www.uis.unesco.org.
Muitos países OCDE de rendimento elevado, tendo atingido a escolaridade primária universal
das suas populações,já não recolhem estatísticas de alfabetização nos censos da população nacional,
ou nos inquéritos às famílias,e assim não estão incluídos nos dados da UNESCO.Ao calcular o http://hdr.undp.org

IDH,aplica-se a esses países uma taxa de alfabe ização de 99%.
Ao coligir dados da alfabetização,muitos países estimam o número de pessoas alfabetizadas
com base em dados fornecidos pelos próprios.
Alguns usam dados de realização educacional como substitutos,mas as medidas de frequência
escolar e de conclusão de ano podem diferir.
Porque as definições e os métodos de recolha dos dados variam de país para país,as estimativas da
alfabetização devem ser usadas com cautela.
O UIS,em colaboração com outras agências parceiras,está a seguir activamente um
método alternativo de medição da alfabetização, o Programa de Avaliação e Monitorização da
Alfabetização (LAMP).O LAMP procura ir além das categorias simples e correntes de alfabetizado
e analfabeto,fornecendo informação sobre um conjunto de competências de alfabetização.O
LAMP procura ir além das categorias simples e correntes de alfabetizado e analfabeto,fornecendo
informação sobre um conjunto de competências de alfabetização.
Taxa de escolarização bruta combinada dos ensinos primário,secundário e superior.As taxas
de escolarização brutas são produzidas pelo UIS, com base nos dados sobre matrículas coligidos
pelos governos nacionais (normalmente de fontes administrativas)e em dados da população de
2002 Revision of World Population Prospects da Divisão da População das Nações Unidas
(UN 2003).Os rácios são calculados dividindo o número de estudantes matriculados em todos
os níveis de escolaridade pela população total no grupo etário oficial correspondente a esses níveis.
O grupo etário do superior é fixado nos cinco coortes imediatamente a seguir ao fim do último
ciclo do secundário em todos os países.
Normalmente,pede-se aos países que comuni quem o número de estudantes matriculados no iní-
cio do ano lectivo,em cada nível de educação,tal como é definido pela Classificação Internacional
Tipo da Educação (CITED).Foi apresentada em 1997 uma versão revista do CITED,o que levou
a algumas alterações na classificação dos pro gramas nacionais de educação.Essas alterações,
porém,têm menos impacte na estimativa das taxas de escolarização bruta combinada dos ensinos
primário,secundário e superior.Para pormenores sobre os dados de matrículas e sobre a CITED,ver
www.uis.unesco.org.
Embora projectada como um substituto para a realização educacional,as taxas de escolarização
bruta combinada não reflectem a qualidade dos resultados da educação.Mesmo quando usadas
para captar o acesso a oportunidades de educação, as taxas de escolarização bruta combinada podem
esconder diferenças importantes entre países,por causa de diferenças no conjunto etário correspon-
dente a um nível de educação e na duração dos programas de educação.As taxas de repetição
de ano e de abandono também podem distorcer os dados.Indicadores como a duração média de
escolaridade de uma população,ou esperança de vida escolar,captam a realização educacional
de forma mais adequada e seriam ideais para substituir as taxas de escolarização bruta no IDH.
Contudo,esses dados ainda não estão disponíveis com regularidade para um número significativo de
países.
Tal como é definido actualmente,a taxa de escolarização bruta combinada não tem em conta
os estudantes matriculados noutros países.Os dados correntes de muitos países mais pequenos,
onde muitas pessoas prosseguem o ensino superior no estrangeiro,poderiam sub-representar
significativamente o acesso real à educação,ou a realização educacional de uma população e assim
levar a um valor menor do IDH.
PIB per capita (Dólares PPC).Para comparar níveis de vida entre países,as estatísticas económicas
têm de ser convertidas em termos de paridade do poder de compra (PPC),para eliminar diferenças
nos níveis de preços nacionais.Os dados do PIB per capita (Dólares PPC)para o IDH de 164
países são fornecidos pelo Banco Mundial,com base nos dados dos preços dos últimos inquéri-
tos do Programa de Comparações Internacionais (PCI)e no PIB em moeda local segundo dados das
contas nacionais.A última ronda dos inquéritos do PCI cobriu 118 países,para os quais as PPC foram
estimadas directamente,por extrapolação dos últimos resultados de referência.Para os países não
incluídos nos inquéritos de referência,as estimatvas são feitas através de regressões econométricas.
Para os países não cobertos pelo Banco Mundial, são utilizadas as estimativas PPC fornecidas pelas
Penn World Tables da Universidade da Pensilvânia (Aten,Heston e Summers 2001,2002).
Num número limitado de casos,em que não estão disponíveis estimativas PPC fiáveis das duas
fontes internacionais,o Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano trabalhou com agên-
cias regionais e nacionais para obter uma estima tiva PPC de um país.Por exemplo,no caso de
Cuba,foi formada uma equipa técnica de peritos nacionais e internacionais para explorar diferentes
metodologias para obter uma melhor estimativa PPC.Os resultados deste trabalho reflectir-se-ão
em futuros Relatórios.
Embora muitos progressos tenham sido feitos nas últimas décadas,os conjuntos de dados PPC
actuais sofrem de várias deficiências,incluindo falta de cobertura universal,de actualidade dos
dados e de uniformidade na qualidade dos resultados de diferentes regiões e países.Preencher
lacunas na cobertura de países com regressões econométricas exige hipóteses fortes,enquanto a
extrapolação no tempo implica que os resultados se tornem mais fracos à medida que aumenta a
distância entre o ano do inquérito de referência e o ano corrente.
A importância das PPC na análise económica sublinha a necessidade de melhorar os dados PPC.
Foi criada uma nova Ronda do Milénio do PCI, que promete dados PPC muito melhores para a
análise da política económica,incluindo a avaliação da pobreza internacional.Para pormenores
sobre o PCI e a metodologia PPC,ver o Website do PCI em www.worldbank.org/data/icp.
Comparações no tempo e entre edições do Relatório O IDH é um instrumento importante para moni-
torizar tendências de longo prazo no desenvolvimento humano.Para facilitar a análise de tendências
entre países,o IDH é calculado em intervalos de cinco anos no período de 1975-2003.Estas
estimativas,apresentadas no quadro 2,baseiam- se numa metodologia consistente e em dados de
tendências comparáveis,disponíveis quando o Relatório é preparado.
Como as agências internacionais de dados melhoram continuamente as suas séries de dados,
incluindo a actualização periódica de dados históricos,as alterações anuais dos valores do IDH
e das classificações entre edições do Relatório do Desenvolvimento Humano reflectem,geralmente
,essas revisões de dados —tanto específicas de um país,como relativas a outros países —e não
as verdadeiras mudanças num país.Além disso, as alterações ocasionais na cobertura de países
também podem afectar a ordem IDH de um país,mesmo quando é utilizada uma metodologia
consistente para calcular o IDH.Como resultado, a ordem de um país pode cair consideravelmente
entre dois Relatórios consecutivos,mas quando são usados dados comparáveis revistos para recon-
struir o IDH dos últimos anos,a ordem e o valor do IDH podem,realmente,apresentar uma
melhoria.
Por essas razões,as análises de tendências do IDH não devem basear-se em dados de edições
diferentes do Relatório.O quadro 2 fornece dados de tendências do IDH actualizados com base em
dados e metodologia consistentes.Para valores e ordens do IDH recalculados em relação a 2002
(o ano de referência do IDH no Relatório do Desenvolvimento Humano 2004 ),com base em
dados e cobertura de países comparáveis com o Relatório deste ano,consultar http://hdr.undp.
org/statistics.
IDH para países de desenvolvimento humano elevado
O IDH deste Relatório está construído para com parar realizações de países em todos os níveis de
desenvolvimento humano.Os indicadores utiliza dos correntemente no IDH produzem diferenças
muito pequenas entre os países do topo do IDH e,assim,o topo das classificações do IDH geralmente
só reflecte as diferenças muito pequenas nos indicadores subjacentes.Para estes países
de rendimento elevado,um índice alternativo —o índice da pobreza humana (apresentado no
quadro 4)—pode reflectir melhor a extensão da privação humana que ainda existe entre popula-
ções e ajudar a orientar o enfoque das políticas públicas.
Para discussões adicionais sobre o uso e as limitações do IDH e dos indicadores que o compõem,ver http://hdr.undp.org/statistics.

 


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