Declaração da Rede de Mulheres Indígenas sobre Biodiversidade (RMIB)
VII Conferência das Partes do Convênio sobre Diversidade Biológica
Em 4 e 5 de fevereiro, a Rede de Mulheres Indígenas sobre Biodiversidade (RMIB), reuniu-se na ilha de Manukan, Sabah, para se preparar para a sétima reunião da Conferência das Partes.
Gostaríamos de sublinhar alguns assuntos
chaves que surgiram da nossa reunião e
que queremos aportar às deliberações
das próximas duas semanas.
Primeiro, lembramos às Partes que as mulheres indígenas tem um papel vital na conservação e uso sustentável da diversidade biológica. Por tanto, é crítico que as mulheres indígenas sejam participantes ativas e tomen decisões em todas as etapas do desenvolvimento e execução dos programas de trabalho e decisões da CDB, de acordo com a Decisão VI/10 da COP, e que nosso conhecimento dos ecossistemas locais seja reconhecido.
Segundo, nossa prioridade é proteger nossos
direitos inerentes e inalienáveis sobre
nosso conhecimento e nossos recursos biológicos
e genéticos. Qualquer regime de distribuição
de benefícios deve incluir o direito ao
livre consentimento informado prévio ao
igual que o direito a denegar o aceso a nosso
conhecimento e nossa negativa a participar.
Terceiro, cremos que são necessários
sistemas sui generis para a proteção
de nosso conhecimento já que os atuais
regimes de direitos de propriedade intelectual
são inadequados e inapropriados porque
não levam em consideração
nosso direito consuetudinario.
Quarto, a saúde e bem-estar das mulheres
indígenas estão intimamente ligados
a seu aceso às medicinas tradicionais,
práticas e à saúde dos ecossistemas.
Exigimos às Partes que tratem os temas
de globalização, mudanças
climáticas, contaminantes, como os contaminantes
orgânicos persistentes, e a bio-pirateria
que ameaçam nossa saúde e bem-estar
e o de nossos filhos.
Quinto, as mulheres indígenas no têm
sido suficientemente envolvidas na identificação
e gestão das áreas protegidas, que
freqüentemente tem violado nossos direitos,
restringido nosso aceso a meios de vida e recursos
culturais e empobrecido nossos povos. Exigimos
que as decisões das Partes e o programa
de trabalho em relação com as áreas
protegidas incorpore plenamente os temas da equidade
e os direitos.
Finalmente, lembrando a Recomendação
26 do Grupo de Trabalho sobre artículo
8(j) e disposições conexas (UNEP/CBD/COP/7/7),
devem realizar-se atividades específicas
de capacitação para os Povos Indígenas.