Fonte:Agência ANSA
BUENOS AIRES - A Associação Mães da Praça de Maio realiza nesta quinta-feira um "julgamento ético e político" do ex-ministro da Economia durante a ditadura militar argentina, José Alfredo Martinez de Hoz, denunciado como cúmplice de violações aos direitos humanos entre 1976 e 1981.
O "julgamento ético" acontecerá na própria Praça de Maio, na mesma data em que será comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
As denúncias contra o ex-ministro foram preparadas pelos advogados Eduardo Barcesat, Antonio Rojas Salinas e Sergio Gandolfo, e pelos economistas Felisa Miceli e Andrés Asiaín, todos eles representantes da Fundação Mães da Praça de Maio.
O julgamento contra Martinez de Hoz terá uma parte jurídica a cargo dos advogados da Mães da Praça de Maio. A titular dessa associação, Hebe de Bonafini, também participará do evento.
Os ministros da Defesa, Nilda Garré, e da Justiça, Segurança e Direitos Humanos, Julio Alak, já confirmaram presença no julgamento de Martinez de Hoz.
Em defesa ao ex-ministro, serão reproduzidas gravações de pessoas que, nos últimos anos, têm se mostrado favoráveis à sua gestão.
Martinez de Hoz também foi denunciado pela Secretaria dos Direitos Humanos da Nação por sua suposta cumplicidade no desaparecimento de Juan Carlos Casariego de Bel, cidadão espanhol e diretor dos Investimentos Estrangeiros do Ministério da Economia, quando foi sequestrado em 15 de junho de 1977.
Outra acusação feita ao ex-ministro diz respeito à detenção ilegal do empresário da área têxtil Federico Miguel Gutheim, em 5 de novembro de 1976, após decreto do Poder Executivo.
A chamada "causa Olmos", que denuncia a "ilegalidade" da dívida externa assumida
pela ditadura militar argentina, também é relacionada com Martinez de Hoz, atualmente
com 83 anos.
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