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Vannuchi inaugura memorial na ABI



Por: Rosario Amaral


O jornalista Mário Alves, morto pela ditadura militar, recebeu homenagem ontem, 5 de julho, com a inauguração de um MEMORIAL pelo ministro Paulo Vannuchi da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no 9º andar da sede da ABI no Rio de Janeiro.


“São atos para reforçar a ideia e que é preciso criar um consenso nacional” disse o ministro lembrando que aquele estava sendo o 21º ato do governo Lula em memória das lideranças ligadas à esquerda ou à vanguarda política brasileira”.


“É importante multiplicar eventos como esse”, para que não se “sufoque o debate” e porque é preciso convencer “as pessoas que participaram do aparelho da repressão a abrir todas as informações, dizendo onde os corpos dos desaparecidos podem ser procurados”, disse Vannuchi, anunciando que dez memoriais ainda serão inaugurados este ano.


“Eu não sepultei o meu pai, o que é muito difícil para os familiares de qualquer desaparecido político. No plano consciente, sei que ele foi trucidado. Mas em sonhos, me lembro de meu pai e penso se ele não estaria vivo, em algum lugar. É uma esperança que continua aqui dentro”, desabafou Maria Lúcia Caldas, filha do jornalista assassinado.


O corpo de Mário Alves jamais foi encontrado, embora sua morte tenha sido testemunhada por vários presos políticos, companheiros de cela, que presenciaram o seu estado físico mutilado, após ter saído de várias sessões de tortura. Emir Amed professor de História foi um deles.


Eu vi na cela do DOI-CODI seu colchão ensanguentado. Ele era um intelectual, de uma cultura vastíssima. Lutou pela democracia em nossa pátria e foi massacrado até a morte”.


Mário Alves foi fundador em 1968 do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), junto com Apolônio de Carvalho e Jacob Gorender. Foi preso em duas ocasiões pelo regime militar. A primeira ocorreu em junho de 1964 quando ficou um ano detido; a segunda prisão se deu em 16 de janeiro de 1970, sendo levado para o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) e morto, um dia depois, no quartel do Exército da Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, zona norte do Rio.






Fotos: Rosario Amaral




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